O náufrago

16 07 2010

Tempos depois que tio Hanks saiu correndo que nem um louco mundo afora, não sei quanto tempo mas também não interessa pro causo, acabou numa ilha deserta depois do avião da sua empresa de encomendas ter caído no meio de um dos oceanos desse Mundo Planeta Terra Água, ô azarão.

Daí que além de sobreviver sei lá quanto tempo na base de côco, peixe e plantas diversas (hummm, sei…), O náufrago já estava até de amizades com uma bola de vôlei e viu que era hora de, rá, tocar o barco, com o perdão do trocadilho.
Daí que pulou num caco de avião que tinha guardado pra emergências, engrenou uma engenhoca que aproveitava o vento e conseguiu ser salvo por um navio, voltando à civilização. E mais: ainda conseguiu levar o ÚLTIMO pacote da empresa de encomendas essa, pacote esse que ele não havia aberto em todo o tempo solito na ilha deserta, e foi entregar pro destinatário.

Sim, esse é o fim do filme e se tu não viu, nem veja mais porque é isso mesmo.

E por que raios eu conto isso? Conto porque no FINDE PASSADO recebi uma encomenda do meu amigo Magrão, professor de foto, olhaí (quanto selo, né?):

Há dois anos esse negócio devia ter sido entregue lááááá no meu endereço em Bonn, na Deutschelândia, mas o deutsche carteiro se perdeu em alguma esquina e nunca entregou, safado. Aliás, reclamei disso aqui, veja você.

Muito contente teria ficado eu naquele momento, mas muito contente fiquei agora também, e até estou lendo as notícias algo desatualizadas.
Interessante foi visitar o Magrão no finde passado e ele me alcançar o pacote: Toma! Faz tempo que quero te entregar isso!

Pode?
Sim, pode!

E por que essa história toda?
Porque estive revendo há pouco umas fotos e histórias da Deutschelândia a pedido do amigo Caio Cambalhota (boa sacada, hein? E o nome do cara é Caio mesmo! Fotógrafo gente boa, escritor, cartunista e otras cosas más…). Aliás estou devendo um texto pra ele. Aliás devia estar revisando o dito cujo texto agora. Aliás vou nessa, depois de abrir uma ceva amiga, mesmo nessa friaca cá de Floripa.

E pra provar que andei vendo umas fotos, olhaí:  Paris, Praga e Frankfurt:

Então tá, aquelabraço e vou ali ver o texto pendente, Prost!





Videozito TRImmmassa!

12 06 2009

Eu queria ter feito isso, mas não fui eu.
Foi o Reginaldo Pujol Filho, jovem escritor gaúcho publicado pela NÃO-Editora, das buena.

E ficou TRIMMMMMASSA!

Tomalá:





Tô na área

12 12 2008

Sim, cá tô eu.
Recebido de forma entusiástica, etílica e churrasquística em plena terça-feira de tarde – valeu, gurizada, vamos repetir tudo isso logo! – cá estou eu no nosso Brasil Varonil suando em bicas, rá, delícia de calorão, hein?

Como eu disse, esse blógue MÓ-REU mas vai receber mais umas cousinhas na seqüência, ainda mais depois que eu tiver internet de novo. Aliás, tou vendo isso de internet das operadoras de celular, alguém tem dica, sugestão, reclamação ou qualquer cousa do tipo que possa ajudar nas minhas decisões, hã, hã?

Hoje eu quero só dar um oizinho rápido e postar os últimos vídeos feitos em Bonn, que são indispensáveis pra entender um pouco mais da minha sobrevivência por lá.

Tomaí, entonces:

E a ação em si:

Não, eu não trouxe umas na mala.
Mas, de qualquer jeito, um PROOOOOST pra todo mundo direto da Cidade Baixa, aeeeeeeee!





Mó-reu!

2 12 2008

Vou aproveitar que tou CHEIO de cousa pra fazer, óbvia e principalmente arrumar a mala (sou brasileiro e não desisto nunca, assim como também sou brasileiro e deixo tudo pra última hora, hihiiiiiiiii) e usar da minha tática mais recorrente pra momentos periclitantes.

[ levanta, vai até a geladeira, escolhe uma das deutsche Bier, serve e volta pro computador ]

Antes de dar o ÚLTIMO PROST DA TERRA DA BATATA, fiquem com alguns registros bem atuais:

Aqui eu clicado agora de tarde pelo meu deutsche vizinho que não se diz fotógrafo (podem ver que ele não tem razão AQUI), mas tem uma máquina (Hasselblad, te mete!) que, sinceramente, eu NUNCA vou ter por diversos motivos, desde grana até aplicação prática (ele faz por “hobby”, o desgraçado). Ele disse que queria fazer uma foto minha pra ficar com um pouco do bom humor brasileiro e eu tinha que aparecer do jeito que ele sempre me via (ai que meda):

barris-e-eu
Aqui uma maçaroca (ou é maSSaroca) de cousas no pátio do castelo do lado da minha casa:

poppelsdorfer-schloss-und-schnee
Seja com cedilha ou dois ésses, sabe o que é isso?
É a base de um BONECO DE NEVE, que foi feito na sexta do finde ANTERIOR, ou seja, há uns DEZ dias, e ainda não derreteu todo, rá, friaca de renguear até pinguim!

E esse sou eu, no ÚLTIMO AUTO-REGISTRO OFICIAL NA DEUTSCHELÂNDIA:

poppelsdorfer-schloss-und-ich

Und jetzt…
PROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOST!





Herren und Damen, Senhoras e Senhores, Ladies and Gentlemen, com vocês…

1 12 2008

..o meu banheiro:

banheiro-1

Este é o meu banheiro. Meu, meu, não, claro, nosso, meu e dos vizinhos de andar da casa de estudante onde atualmente moro. Os vizinhos, uma chinesa de nome sonoramente composto por várias consoantes e um i, e um alemão do leste. Três quartos pequenos, uma ampla cozinha e este banheiro educada e civilizadamente dividido entre nós.

Avaliemos, pois, este banheiro. Trata-se, como os senhores e as senhoras podem observar, de um banheiro comum, relativamente espaçoso, coberto por azulejos (os do chão são de estética mais que duvidável, mas vá lá), um box pro chuveiro, um aquecedor a gás ali no canto pro rigoroso inverno alemão, pia, espelho e outros apetrechos não menos comuns.

Atentemos, agora, para um pequeno detalhe, um mínimo mas persistente detalhe, um mínimo mas persistente e visível detalhe, um mínimo, persistente, visível e quase-irritante detalhe: aquele pequeno adesivo perto da descarga.
Poderia passar despercebido por muitas donzelas, com certeza, mas os homens, porém, têm muito mais possibilidade de ter suas respectivas atenções chamadas a esse pequeno detalhe, pois no “momento urinante” permanecerão de frente para o dito cujo adesivo, que são dois, na verdade.

Um close, por favor:

banheiro-2

Ahá, aí está o pequeno porém persistente e bastante visível quase-irritante detalhe. Não são necessários grandes conhecidos da “bela porém esquiva língua alemã”, como bem conceituou o mestre João Ubaldo, muito antes pelo contrário: até analfabeto, seja em alemão, português ou ucraniano, saberia interpretar o tal adesivo.

banheiro-3

E mais: não bastasse a língua universal dos desenhos auto-explicativos, o adesivo da esquerda trata-se da versão escrita do adesivo da direita. Traduzo, pois:

Um den Toilettenrand nicht zu bespritzen,
dürfen hier auch Männer sitzen.

E com rimas, percebam, mas na minha versão não têm:

Pra não respingar a tampa da privada,
homens também podem sentar aqui.

Na “bela porém esquiva língua alemã” existem uns tais de verbos modais, quais sejam dürfen, sollen, willen, mögen e können, muito usados pra várias coisas, inclusive pra sobreviver poucos dias bebericando uma cervejinha, tenhas certeza. Tanto é que logo nas primeiras aulas de alemão esse assunto é tema das professoras e desespero dos alunos. Existe uma diferença muito sutil entre esses tais verbos aí, diferença essa que faz com que eles signifiquem coisas como “pode mas não deve”, ou outro “deve mas não pode”, o outro “não poderia, mas tem capacidade”, o outro “consegue, mas não pode”, o outro “é proibido, mas forçando até vai”, o outro “pode, deve mas não consegue” e por aí vai. Sutilezas essas que só alguém como Gutemberg, Luthero, Goethe ou Nietzsche poderiam esclarecer. Eu, fora!
Mas a título de esclarecimento do exemplo, vamos dizer que esse “dürfen” aí seja traduzível como “podem”, mas quer mesmo signficar “devem”, tapa de luva é isso aí!

O que numa versão menos delicada podia ser:

Pra não espirrá dos lado
Senta, seu bosta!

…que com homem a gente sabe que tem que ser meio na ignorância.





Vergonha na cara? Não, obrigado.

1 12 2008

(infelizmente esse post não é sobre alguma barbaridade divertida que eu aprontei, mas outras barbaridades às vezes muito pouco divertidas que outros seguem aprontando há tempos por aí, por aqui, por lá…)

Como vocês já devem ter lido eventualmente neste blógue, eu morei na Alemanha entre 1999 e 2000 fazendo um falcatr…, digo, interessante “estágio agrícola”.
Isso aqui é uma estufa de alguma coisa:

05_niemburg_394Durante minha rápida estada na escola, me botaram a fazer tudo que era cousa pendente. Eu “troquei” de propriedade nos primeiros meses por total falta de adptação com os tais “proprietários que te tratariam como filhos”, aliás pra sair dessa propriedade aí, sob ameças de ser DEPORTADO pro Brasil e ainda ter que pagar não sei quantos dinheiros, eu tive que fazer, CREIA, greve pra que alguém da escola essa se preocupasse, ora veja que negócio sério é essa tal de Deula.

Mas uma das cousas que fiz na tal sede da escola foi um buraco ao lado dessa estufa aí. Devia ser um buraco de seus 50 cm e uns metros de comprimento, e como mesmo os escravos aqui têm certas mordomias, me deram uma escavadeira pequena pra fazer o serviço. Era tri divertido: uma geringoça daquelas que tu sempre quis “pilotar”, cheia de maçaneta tipo video-game pra cá e pra lá.

O chefe me explicou rapidamente os comandos principais (ir pra frente-trás, girar pros lados, levantar a pá lá da frente, puxar, empurrar… uma dúzia de movimentos) e chamou muito minha atenção pra alguma coisa na terra.

Era alguma coisa amarela, isso eu entendi.
Era algo importante, isso também entendi.
Do que se tratava afinal, isso não.
Então eu perguntei, porque parecia bem importante.
Ele respondeu as mesmas coisas.
Insisti, porque parecia BEM importante.
Ele também.
Dei-me por vencido porque passou a parecer menos importante de um momento pro outro e pensei: embaixo da terra só tem cousa marrom-terra, oras, esse alemão tá de bobeira pro meu lado, vou concordar e era isso.

E assim o fiz.
Disse que estava tudo ok, o cara foi embora e me deixou ali com a tal escavadeira aquela, do ladinho dessa estufa.
Estufa essa que, por sinal, é muito resistente, eu GARANTO!
Porque a cada vez que eu queria ir pro lado, ia pro outro e dava uma paulada (ou melhor, uma escavadeirazada) nela.
Considere que uma pá mecânica de uma escavadeira, mesmo que pequena, não é lá pouca coisa.
Considere ainda que eu dei VÁRIAS cacetadas na dita cuja e que ela permance de pé até hoje, então o negócio é bom mesmo!

Quando finalmente peguei o jeito, me sentia o próprio piloto de um caça militar cheio de aparelhos e comandos pra coordenar.
E me botei no tal buraco: pá pra frente, enfia na terra, puxa, aperta o botão vermelho (ou azul, ou verde), levanta, joga pro lado, começa tudo de novo… opa bati na estufa, agora quase derrubei, enfia a pá na terra, opa bati de novo, e por aí vai…

Lá pelas tantas pensei: devo ter chegado nos 50 cm, então vou dar só mais essa cavocada e tentar medir.
Qual o quê!

Ao comandar a tal pá pra dentro da terra com a força de uma escavadeira mecânica pilotada por alguém que mal e mal pilotava Fusca, escutei, digamos, um barulho estranho, e quando puxei a dita cuja pá cheia de terra pra fora veio pendurado um negócio amarelo.
Então escutei um estrondo e a luz de TODA escola apagou.
Então desci da escavadeira e fui ver o negócio amarelo que estava pendurado na pá.

Numa fita larga tava escrito: CUIDADO, CABOS DE ENERGIA.

– – – – – –

Tudo isso deu um rolo desgraçado e eu só não me incomodei mais porque não entendi nada do que reclamaram (mas posso imaginar).
Desses “foras” eu tenho centenas pra contar, tanto porque o tal “programa de aperfeiçoamento” não me aperfeiçoou muito, quanto porque lá pelas tantas eu já não estava muito preocupado mesmo.

Preocupação principal era, por exemplo, uma boa e barata e morna deutsche Bier, que comprávamos nesse digníssimo local que existe até hoje (e essa foto vai pro Gustavo Borges, ilustre cliente do estabelecimento):

05_niemburg_401

E pra não falar mais mal da Dona Deula, vou ali buscar uma gelada que eu ganho mais… Faça o mesmo aí, pequeno gafanhoto.
Prost!





Cor = Farbe

1 12 2008

Eu queria muito, mas MUITO, ver os documentos desse carro:

carro-coloridao

Marca: VW
Modelo: Pólo (é isso, né)
Ano: 20XX
COR: ARCO-ÍRIS só pode!





Vende-se

1 12 2008

E se alguém aí tiver interessado num carango, tenho dicas:

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Das informações que não te fazem diferença nenhuma, mas eu preciso contar pra alguém

1 12 2008

– esqueci minha senha do banco (segunda vez!)
– não sei porque insisto em conferir minha caixa de correio, vocês não me mandam nada
– os estagiários do São Pedro seguem firmes aqui nas suas peripécias
– e eu também
– e o Fritz, então, nem se fala
– faz tempo que não leio um livrinho amigo, daqueles que dá pra entender mesmo, mas boralá
– é impressionante como junta tatu no nariz nessas bandas, sério!
– adoro um feijão mexicano em lata que tem por aqui, menos de 1 euro, uma delícia e dá um almoço caprichado (Dona Gê também aprovou)
– mas como gostam de assoar o nariz esses alemon!





Um deutsche diálogo

1 12 2008

Pra vocês verem que não é implicância minha, eu não apenas sou descendente como ainda simpatizo em geral com os Deutsche, mas que volta e meia seu espírito do contra se excede, ah, isso lá é mesmo!

Essa aconteceu comigo outro dia lá na rádio: eu fazia o “nosso” programa com o amigo Abdel, e como ele sempre levava uns quitutes pra gente saborear (inclusive um chá árabe que é uma DELÍCIA), resolvi fazer um agrado. A senhora minha mãe trouxe umas balas de mel e quis socializar, aplicando todo um xalalá de que eram balas especialíssimas, não só vindas do Brasil, mas feitas de modo especialíssimo, com mel de abelhas especialíssimas, abelhas essas que moravam num lugar especialíssimo e por aí foi, tudo muito especialíssimo…

O amigo Abdel-da-Barba-Grande gostou e ficamos radializando e comendo bala a noite inteira. No fim do nosso programa, chegou o alemão que seguia o furdunço tocando uns jazz ou sei-lá-o-quê e começou a se preparar. Fui ser educado:

– Aceita uma bala?
– Não.
– Não? Ah, tá. Mas são balas do Brasil, hein? Minha mãe que trouxe!
– Não, acabei de jantar.
– Ah, tá. Mas são balas de mel.
– OPA! De mel? Ah, eu adoro mel! E nunca comi bala de mel!
– Ahá, pois essas balas são de mel. E mel do Brasil (e todo o xalalá aquele…).
– Então vou querer.
– Pois à vontade!

Pegou uma, eu insisti e ele pegou mais uma. Fez cara de quem gostou, resmungou um ã-ham como quem aprovava as ditas cujas e seguiu preparando-se pro seu programa.

Entre uma música e outra a minha bala já tinha acabado, o amigo da barba já tinha comido mais umas e eu fui oferecer pro alemão de novo. Estiquei o braço com o potinho das balas:

– Aceita mais uma?
– Ah, não. Tem gosto de mel!